Cibersegurança sera antídoto contra novos ataques de hackers

Instituições financeiras trocam as senhas por uma conversa


NOVA YORK, EUA. 
No segundo andar de um prédio da Times Square, em Nova York, as luzes dos telões lá fora inundam a sala e pintam de azul e vermelho o rosto de especialistas em tecnologia que juram que o futuro da cibersegurança já chegou. “Tudo que parecia ficção científica já é realidade”, diz Rick Howard, um dos diretores da Palo Alto Networks, empresa que desenvolve sistemas de blindagem contra ataques de hackers. Já é algo normal vermos robôs que sabem o que fazem.

Essas máquinas, com processadores ultrapotentes, substituem os cérebros humanos na prevenção aos ciberataques, “estrelas de um admirável mundo novo da inteligência artificial”, nas palavras de Vijay Balasubramaniyan, criador de uma espécie de biometria da voz usada em bancos e seguradoras.

“Voz será a próxima interface”, diz o empresário, dono da Pindrop, empresa que convenceu instituições financeiras a trocar senhas de acesso por uma simples conversa – o banco identifica o cliente pela fala e pelo ritmo em que digita na tela de seu celular.

“Se você olha para novos sistemas como o Google Home e o Amazon Echo, vê que são mais inteligentes porque são acionados pela voz. Isso é o que vamos ver agora. Quando pensamos no enorme volume de objetos ligados à internet, temos que pensar em como trabalhar com eles”, afirma.

Internet das coisas. Num encontro recente organizado pela Nasdaq, o mercado de ações das empresas de tecnologia em Nova York, Balasubramaniyan e outros empresários trocaram figurinhas sobre o front de novas máquinas e vulnerabilidades antes consideradas improváveis. Mesmo promissor e em expansão, o mercado dos aparelhos conectados à internet, que hoje vai de televisores a cafeteiras e geladeiras, ainda está cheio de pontos fracos. Foi um sistema de aquecimento e refrigeração que serviu de brecha para um grande ataque, há quatro anos, à Target, uma das maiores redes de varejo dos Estados Unidos, que teve seus dados de compra e venda roubados.

O episódio expôs o perigo da chamada internet das coisas, ou IoT, na sigla em inglês. Na sequência, vieram ataques ao Yahoo, à rede de dados bancários Swift e, neste ano, à Equifax, empresa de análise de risco de crédito que vazou informações sigilosas de cerca de 140 milhões de clientes. “Não são ninjas pendurados do teto, são coisas muito básicas que atormentam as empresas”, afirma Brendan O’Connor, da ServiceNow, firma que presta serviços de cibersegurança.

Ataques são como água, eles seguem as rotas de menor resistência. Nesse oceano de ameaças às empresas, Shaun Cooley, executivo da Cisco, diz que é preciso pensar em pequenas ilhas. Ele quer dizer, no caso, fazer um esforço para pulverizar redes e isolar partes de um sistema que não precisam estar ligadas às demais. “Não há motivo para que um sistema de aquecimento se comunique com o setor de vendas, por exemplo”, diz. “Ainda é desconcertante pensar que minha máquina de lavar e secar pode ligar e desligar a eletricidade e o aquecimento da minha casa”.

Falha de segurança deixa que espião ligue fogão a distância

Paris, França. Uma falha de segurança nos aparelhos “smart home” da LG permitia que hackers controlassem os eletrodomésticos de milhões de consumidores, inclusive com capacidade de ligar fogões, revelou a empresa de segurança Check Point Software Technologies<.

A vulnerabilidade, chamada de “HomeHack”, no aplicativo mobile e na nuvem LG SmartThinkQ, permitiu que o grupo de pesquisa da empresa assumisse a conta de um usuário e controlasse eletrodomésticos conectados, como fogão, refrigerador, máquinas de lavar louça e roupa, ar-condicionado, entre outros.

O HomeHack também “deu aos atacantes o potencial para espionar atividades domésticas pela câmera do aspirador de pó robótico Hom-Bot”, disse a Check Point em nota.A sul-coreana LG disse que consertou o defeito por meio de uma atualização do aplicativo em setembro, após ser alertada pela Check Point, e recomenda que os usuários atualizem todos os aparelhos conectados.

Flash

Novos tempos. “Conforme cada vez mais aparelhos estão sendo usados em casa,
hackers vão mudar seu foco e hackear os aplicativos que controlam redes de aparelhos”, disse o diretor de vulnerabilidade da Check Point, Oded Vanunu.

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/tecnologia-e-games/ciberseguran%C3%A7a-sera-ant%C3%ADdoto-contra-novos-ataques-de-hackers-1.1536392

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